Recentemente uma concurseira leitora do blog enviou um desabafo relativo a um assunto muito pertinente. Vejamos.
“Se treino, maravilha. Consigo acertar 80% das questões que me proponho a fazer. Mas se eu pego a prova de verdade, ainda que treinando, já era! Acabou a concentração, foi embora a capacidade de discernimento!”
No esporte há um ditado que guarda uma grande verdade … “TREINO É TREINO, PROVA É PROVA” … que tem tudo a ver também com estudar para concursos públicos, vejamos.
O treino visa a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências enquanto a prova visa avaliar conhecimentos, habilidades e competências. Engana-se quem vê semelhança aqui … na verdade temos coisas muito diferentes.
Notem que o treino é um processo cujo objetivo é aumentar nossa carga de conhecimentos das matérias cobradas em certames, desenvolver nossa habilidade de estudar mais e melhor, incrementar nossas competências no que é exigido para se passar em concursos públicos. A pressão está em otimizar esse processo.
Já a prova é um teste apenas. Quem criou as questões que nos são apresentadas quer testar nosso conhecimentos, saber se realmente sabemos aquelas matérias, se desenvolvemos nossas habilidades de aprendizado e absorção de conhecimentos, se possuímos as competências exigidas para o cargo.
Por conta dessa diferença “treino é treino, prova é prova” … ora bolas!
Troquemos em miúdos. Se você for muito bem ou muito mal em um simulado qual prêmio ou punição você terá? E se for muito bem ou mal em uma prova? É claro que o que está em jogo ao fazer em uma prova é anos luz mais importante e crítico que o que está em jogo em um simulado de estudo. E quanto mais precioso (e terrível) o que está em jogo, maior a pressão, maior o medo, maior a ansiedade … e tudo isso afeta nosso desempenho.
Nunca ir muito bem em simulados durante o estudo garantiu que ninguém fosse repetisse os resultados no momento da verdade que é a prova. Sem autocontrole, sangue frio e cabeça no lugar todo o conhecimento do mundo é inútil diante de algumas dezenas de questões e algumas horas de prova.
Concurseiros têm a terrível mania de achar que devem se preocupar única e exclusivamente em aprender tudo de todas as matérias listadas nos editais. Ledo engano. Sem amealhar conhecimentos acerca de como lidar com o estresse, amealhar habilidades de fazer provas com tranquilidade e adquirir competências que permitam lidar com o nervosismo e pressão da “hora da verdade”, anos de estudo podem ser desperdiçados em apenas algumas horas.
RESUMO DA ÓPERA - Acompanhe semana que vem aqui no blog uma série especial de artigos especiais sobre como não cair na armadilha de ir bem em simulados e se ferrar nas provas.
CHARLES DIAS é o Concurseiro Solitário.
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