DICAS DE CONCORDÂNCIA (Sérgio Nogueira)

‘Mais bem’ ou ‘melhor’? ‘Menos’ ou ‘menas’? Saiba qual é a forma correta



1.    MELHOR ou MELHORES?
A palavra MELHOR só irá para o plural quando for adjetivo (= mais bom): “Eles foram os MELHORES em campo.”
A palavra MELHOR torna-se invariável quando é advérbio (= mais bem): “Eles analisaram MELHOR os fatos”; “Eles se colocaram MELHOR”.
Usamos a forma MAIS BEM antes de particípios verbais: “Os fatos foram MAIS BEM analisados”; “Estes são os esqueletos de macaco MAIS BEM preservados(…) será possível estudar MELHOR seus hábitos…”;

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“O Corinthians tem vinte e oito pontos e completa o grupo dos oito MAIS BEM colocados”; “Aquele projeto é o melhor, o MAIS BEM planejado”; “O melhor jogador do mundo não é o MAIS BEM pago”; “Ele provou que estava MAIS BEM preparado”; “Quem será o brasileiro MAIS BEM colocado?”
A mesma regra se aplica a MAIS MAL, MENOS BEM e MENOS MAL: “Ele é o jogador MAIS MAL pago do futebol brasileiro”; “Nunca vi termo MAIS MAL utilizado que esse.”

2. MENOS ou MENAS?
MENAS não existe. Use sempre MENOS: “Vieram MENOS pessoas que o esperado”; “Isso é de MENOS importância”.

3.    MESMO ou MESMA?
MESMO (=próprio) é pronome e deve concordar: “Andreia se refere à salada e o brigadeiro é ela MESMA que faz”; “Nós MESMOS resolvemos o caso”; “As meninas feriram a si MESMAS”.
MESMO (=até, inclusive) é invariável: “MESMO a diretoria não resolveu o problema”; “MESMO os professores erraram aquela questão”.

VOCÊ SABE…

…de onde vem a palavra vilão?
Aldeão é quem vive numa aldeia e vilão era quem vivia numa vila. Na sua origem, vilão era o nome utilizado para o cidadão que morava na vila. Era o urbano, o homem da vila, da cidade.
Segundo o professor Paulo Flávio Ledur, no seu simpático livro Os Pecados da Língua, “talvez pela falta de confiança do homem do campo nas suas relações com o vilão, o termo adquiriu o sentido pejorativo que hoje possui”.
No mesmo livro, podemos constatar outras duas curiosidades:
1a) “A equipe perdeu em pleno Maracanã.” É interessante lembrar que pleno significa “cheio, completo”. Em geral, no jornalismo esportivo, “pleno Maracanã” não quer dizer necessariamente que o estádio esteja lotado, e sim que o Vasco ou o Flamengo perdeu “dentro de casa”, ou seja, no seu estádio, na sua cidade. Ironicamente, em breve será possível que uma equipe perca o jogo em “pleno Maracanã” vazio.
2a) “Vivemos num ciclo vicioso de corrupção.” Talvez o jornalista estivesse se referindo ao período (=ciclo) em que estava ocorrendo a corrupção. O mais provável, porém, é que estivesse confundindo ciclo com círculo. Quem está viciada é a expressão “ciclo vicioso”. Infelizmente, a verdade é que “vivemos num círculo vicioso de corrupção”.
E para terminar, um historinha que o professor Ledur me contou e garante ser verdadeira. Teria acontecido numa cidade do interior do Rio Grande do Sul. Candidato à sucessão, em defesa do prefeito do seu partido, teria dito em discurso na reinauguração de uma estrada cheia de curvas e de terra batida, que recebera algumas melhorias feitas pelo prefeito: “O nosso prefeito já arretou e apedrejou esta estrada, e agora vai paralelipeidar todas as ruas da nossa cidade.”

DESAFIO
Talassoterapia é tratamento…
a)    pela água;
b)    pelo sono;
c)    pela água do mar.

Resposta: letra (c): Talassoterapia é o tratamento (=terapia) pela água do mar. “Talasso” vem do grego e significa “mar”.
Tratamento pela água é hidroterapia, e sonoterapia é tratamento pelo sono.

DÚVIDA DO LEITOR

Plural de siglas
Leitora quer saber se os plurais estão corretos: “Unidades Operativas do Senai/RJ = UNOPs do Senai/RJ; Departamentos Regionais do Senai = DRs do Senai.”
Embora não existam regras rígidas para o plural de siglas, é usual e perfeitamente aceitável o uso do “s”: CDs, CEFs, IPVAs, IPTUs, Ufirs…
A única crítica que faço é quanto ao mau uso do apóstrofo: CD’s, CEP’s, DR’s, IPTU’s… O apóstrofo, em português, é para indicar a omissão de fonema/letra: copo de água = copo d’água; galinha de Angola = galinha d’Angola. Não se justifica, portanto, o uso do apóstrofo para indicar o acréscimo da desinência “s” para indicar o plural.

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