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Há situações na vida de concurseiro, que são dignas de um livro, e esta que vou contar hoje, na minha modesta opinião, creio que seja. Se você já leu meu histórico como concurseiro, deve ter notado que meu primeiro concurso foi para o TRF 3ª região (Técnico Judiciário), ou seja região de São Paulo.


Naquela época, o concurso em SP era regionalizado, ou melhor dizendo, era municipalizado, era colocada uma vaga para cada cidade, e esse foi o molde de concurso que fiz. Cidade de Assis SP, total de 160 inscritos.

Para mim, que nunca tinha feito nenhum concurso, parecia utopia ser o primeiro colocado dentre 160 candidatos, mas mesmo não acreditando muito que pudesse conseguir, não pude deixar de estudar, sabia que tinha que dar o melhor de mim, foram cerca de três meses estudando , Comprei uma apostila da solução , li e reli, estudei e estudei, eu era um relógio, das 19:00 a 01:00 da manha, todo dia, com descanso de 10 minutos de hora em hora, no qual bebia um copo de água gelada para aliviar o calor intenso do verão que fazia no interior de SP. E nesse ritmo rapidamente chegou o dia do teste.

Fiz a prova, conferi o gabarito, mas não tinha a menor idéia quanto ao meu desempenho se era bom, ou ruim, pois era o 1° concurso. Sei que quando saiu o resultado do Concurso, comprei um dos Jornais de concurso, folha dirigida ou jornal dos concursos, não me lembro, para ver que lugar tinha ficado, lembro que estava eu minha namorada, (agora minha esposa ) e a irmã dela, quando abri o jornal , na lista em ordem de lugar eu era o 7° colocado, não esperava ter ido bem como fui, pensei que iria ficar de 30° para cima, aquela colocação foi algo surpreendente para mim.

Diante daquela colocação, eu estava entre os candidatos classificados que prestariam a prova de digitação, era 1 vaga, mas eram quatro anos, então tinha uma esperança pequena de ser chamado quem sabe no final dos 4 nos, claro que era muito remota, mas se passei para o exame de digitação , era para fazer da melhor forma, e foi o que fiz.

Fazia anos que não digitava, e estava com medo de ser eliminado e não alcançar o numero mínimo de toques no tempo de 6 minutos. Na época não tinha dinheiro para ter um computador em casa, e precisava treinar digitação. O que fazer? E como fazer? Tive então uma brilhante idéia, se não tinha dinheiro para comprar o computador, tinha o dinheiro para comprar o teclado, pois essa era a parte que usaria para fazer a prova. Então no outro dia comprei um teclado, R$ 20,00, isto em 2000. Sei que troquei as horas de estudo pelas horas de digitação. Sei que esta se perguntando: como eu fazia?

Simples! Pegava uma revista e marcava 6 minutos e digitava o texto no teclado, e quando desse o tempo de 6 minutos parava de digitar, e começava a contar todas as letras e espaços do texto da revista, assim teria o numero de toques feitos, claro que teria que descontar os erros, o que não tinha como, mas mesmo assim tinha uma base de como estaria para a prova .

Pelo que me lembro foram cerca de 30 dias praticando, e no dia da prova não tive dificuldades em conseguir o numero mínimo de toques nos 6 minutos, mantive minha 7ª colocação, o que mesmo assim não me possibilitou ser chamado, mas foi o primeiro passo para o meu futuro como concurseiro, pois aquela colocação me deu forças para fazer o próximo concurso, e este próximo me levou a outro, e este outro a mais outro e assim por diante. Portanto para alcançar tudo que alcancei hoje, sei que aquele concurso, e aquele simples teclado podem ter feito toda a diferença.

Lembro-me quando eu era adolescente, e alguns comentavam que para trabalhar no Banco do Brasil, tinha que ser fera, pois era muito concorrido. Nunca pensei que poderia ser um desses feras, sempre parecia algo inatingível o que os outros falavam , algo que não era para mim. E hoje quando penso nisso, vejo que os planos de Deus são mais altos que os nossos. Pois tudo que eu queria há 11 anos era arranjar um emprego, mas estava tão difícil conseguir um emprego, devido a minha total inexperiência, que o que me sobrava eram os concursos. Graças a Deus que ele não me deu emprego naquela época, pois quem garantiria que eu continuaria a fazer concursos?

Por isso digo que hoje você pode estar passando pelo tempo dos teclados e desemprego, assim como eu passei, mas posso te dizer que, “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer”. Que Deus te de forças para continuar lutando. E Rumo a Nomeação.

















“A minha força vem de um Deus que faz milagres

Minha fé vai além do impossível.” (Fernanda Brum)

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