Ex-gari,
o baiano de Itabuna (BA) Jailson Pereira Santos é um exemplo de
persistência. Mesmo com pouco estudo, ele decidiu que seria servidor
público. Sem dinheiro para pagar um curso preparatório, desenvolveu o
próprio método de estudo e parou de contar quando o prestou o 35º
concurso.
Hoje
estima que tenha feito mais de 40 provas até chegar ao sonhado posto de
trabalho: técnico em financiamento e execução de programas e projetos
educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Mas
o caminho para chegar ao cargo foi longo. Jailson chegou a Brasília aos
14 anos, após a vinda de uma de suas irmãs, que deu suporte para a
mudança do restante da família. Para ajudar no sustento da casa, o
técnico em financiamento parou os estudos na quinta série do Ex-gari, o
baiano de Itabuna (BA) Jailson Pereira Santos é um exemplo de
persistência.
Mesmo com pouco estudo, ele
decidiu que seria servidor público. Sem dinheiro para pagar um curso
preparatório, desenvolveu o próprio método de estudo e parou de contar
quando o prestou o 35º concurso. Hoje estima que tenha feito mais de 40
provas até chegar ao sonhado posto de trabalho: técnico em financiamento
e execução de programas e projetos educacionais do FNDE (Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação).
Mas o caminho
para chegar ao cargo foi longo. Jailson chegou a Brasília aos 14 anos,
após a vinda de uma de suas irmãs, que deu suporte para a mudança do
restante da família. Para ajudar no sustento da casa, o técnico em
financiamento parou os estudos na quinta série do ensino fundamental.
ensino fundamental.
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E
assim ele permaneceu até os 27 anos, quando trabalhava de gari.
Incentivado por sua chefe, que tinha duas filhas estudantes de uma
escola técnica, ele decidiu que queria mudar sua situação. Ele, que
gostava de levantar cedo e trabalhar para receber seu salário,se sentiu
motivado.
— Antes eu tinha trabalhado em algumas empresas e recebia subsalários. Não tinha condições suficientes pra minha sobrevivência.
A
partir de então, o baiano passou a aproveitar suas horas vagas em
bibliotecas e, apesar de ter passado bastante dificuldade no
aprendizado, conseguiu concluir os ensinos fundamental e médio pelo
Encceja (O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e
Adultos).
Logo em seguida, entrou em uma escola
técnica, onde conheceu sua esposa, que trabalhava em um cursinho
preparatório para concursos. Empolgado pelo estímulo da companheira,
Jailson – que já tinha feito alguns concursos – passou a mergulhar com
mais intensidade neste mundo. E aí ele não parou mais.
Dificuldade de aprendizado
O
baiano de 34 anos conta que como não tinha base escolar, tudo era mais
difícil. Sem condições de pagar um curso preparatório, o servidor
público lembra que precisava desenvolver seu próprio método de estudo
para entender o conteúdo.
— Repetia tudo várias vezes, estudava com um MP3 player, repetindo várias vezes a mesma coisa pra ver se aprendia.
— Repetia tudo várias vezes, estudava com um MP3 player, repetindo várias vezes a mesma coisa pra ver se aprendia.
No
começo, o desempenho nos concursos era pouco satisfatório. Mas desistir
não passava pela cabeça do baiano de Itabuna. Com a melhora nas
colocações de outros concursos, ele se empolgou. Mas a necessidade, a
família e a vontade de ter um salário melhor, o faziam manter o foco.
—
Chega um momento que o concurseiro não aguenta mais. Você quer
desistir, você quer chorar, você não aguenta mais e acha que não vai dar
certo. Eu tinha família e um filho de cinco anos na época. Eu queria
dar uma condição melhor a ele.
De tanto
melhorar, Jailson foi chegando perto das notas de corte de concursos.
Até que a tão sonhada aprovação chegou. Não, sem antes, passar por um
pequeno susto.
Ao fazer um concurso da
Procuradoria de São Paulo, com representação em Brasília, Santos ficou
em 19º colocado em seis vagas e foi convidado a ir ao local. Acreditando
que iria assumir o cargo, ele se demitiu do emprego de motorista,
apenas uma semana após o começo, contando que assumiria o cargo. Mas aí
veio a surpresa negativa.
— Eles falaram que era
só pra tomar conhecimento de quem tinha interesse e que se os seis
primeiros desistissem, eles chamariam. Fiquei desesperado. Voltei
correndo para o meu antigo emprego e tinham acabado de contratar uma
pessoa pro meu lugar. Depois disso me revoltei falei que não ia
trabalhar pra ninguém. Acabei comprando uma churrasqueira e vendendo
espetinho.
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Outra
negativa foi no concurso do Samu (Serviço de Atendimento Médico de
Urgência), em que não pode assumir por não ter CNH (Carteira Nacional de
Habilitação) na categoria D, no dia de tomar posse. Mesmo frustrado,
desistir não fazia parte dos planos do servidor.
Começo da mudança
Começo da mudança
Mesmo
assim a venda de espetinhos não durou muito. Logo em seguida, Jailson
foi convocado para o concurso dos Correios. Lá, ele trabalhou por três
meses e em seguida foi assumir um cargo no IFB (Instituto Federal de
Brasília), onde trabalhou apenas um mês.
Depois, foi chamado ao FNDE para assumir o cargo que ocupa atualmente. Neste ano, conseguiu a aprovação em um concurso da Polícia Federal, mas não pretende assumir.
Depois, foi chamado ao FNDE para assumir o cargo que ocupa atualmente. Neste ano, conseguiu a aprovação em um concurso da Polícia Federal, mas não pretende assumir.
Casado,
pai de dois meninos, de quatro e 13 anos, com renda mensal em torno de
R$ 4 mil, Santos acredita ser um exemplo aos filhos.
— Eles podem olhar pra mim e podem ver o crescimento de vida através do estudo. Eu consegui, qualquer pessoa pode.
Jailson,
que hoje faz faculdade de Gestão em Recursos Humanos a distância, diz
que mesmo após ter feito vários outros concursos deu uma pausa nos
concursos. Para ele, o importante neste momento é se manter atualizado e
continuar os estudos.
Fonte: Olhar Diretohttp://www.gabaritofinal.com.br/2014/10/ex-gari-de-brasilia-fez-mais-de-40.html
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