“Bicampeão olímpico nos 100 e 200 metros
rasos, Usain Bolt condenou o uso de substâncias proibidas após exames flagrarem
outras estrelas das pistas, como o também jamaicano Asafa Powell e o americano
Tyson Gay.
Ele pediu cautela com as acusações, mas
prometeu ajudar a recuperar a imagem do esporte e disse ser a prova de que “é
possível ser rápido estando limpo”. (link)
Pois bem, não são de hoje e muito menos incomuns
as notícias e boatos sobre fraudes em concursos públicos, bem como em exames
vestibulares e até no famoso exame da OAB. Não passa um ano sem que alguma
quadrilha de fraudadores seja desbaratada e candidatos sejam flagrados com
escutas eletrônicas e outros dispositivos que viabilizam a fraude.
É claro que nas fileiras do serviço público há
gente que somente ocupa o cargo porque apelou para meios escusos ao invés de
conquistar tal posição por meio de seus esforços e estudo. Parte uma hora ou
outra será descoberta, outra não. Muitos colegas que não apelaram para a fraude
sabem ou desconfiam de quem são os fraudadores, muitos nem se dão conta.
Fraude em concurso público é crime e prova definitiva
da absoluta falta de moral e caráter de quem apela para meios escusos a fim de
ocupar cargos e funções públicas. No final essas pessoas são como atletas que
apelam para o dopping a fim de obterem melhor desempenho. Ganham as competições,
mas não vencem … eles sabem disso e, duvido, que nem que seja no fundo, muito no
fundo, não sentem algo ruim por estarem rodeados de gente que venceu pelos
próprios esforços, afinal de contas, o pior juri e juiz e a consciência da
pessoa, que o acusa e condena mesmo que não lhe dê importância, a marca da culpa
é indelével.
Não existe concurseiro que já não pensou, uma
única vez que fosse, o que faria se tivesse a chance de fraudar um concurso
público. Claro que fraudar um certame envolve muito dinheiro. Quadrilha nenhuma
irá incluir um concurseiro que não esteja dispostos a dispender algumas dezenas
ou mesmo centenas de milhares de reais para fazer parte de tais esquemas
ilegais. Mas será que valeria a pena deixar de lado a ética e honestidade para
trilhar tal atalho?
O Brasil clama por melhorias nos serviços
públicos prestados através de uma série de manifestações que surpreenderam a
todos nas últimas semanas. Essa melhora inclui o combate à corrupção, à
desonestidade e falta de ética no serviço público. Tenho certeza de que você
também deseja um Brasil melhor, com mais prosperidade e menos violência. Como
você pode exigir mudanças se pensar que se tiver chance de tomar o atalho da
fraude para se tornar servidor público irá aproveitá-la? Já parou para pensar
nisso?!
RESUMO DA ÓPERA - No final das
contas é tudo uma questão postura. Aquele que só não frauda um concurso público
por falta de oportunidade dificilmente não estará também aberto para
oportunidades de corrupção que possam surgir ao longo de sua carreira pública …
e se somente a falta de oportunidade o impede de deixar a ética de lado … bem, é
só somar dois mais dois. Pense como Usain Bolt, pois é, sim, possível se tornar
servidor público estando limpo.
CHARLES DIAS
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