Dentre os vários aspectos que podem ser considerados, o tema que pretendo abordar neste texto - obviamente no sentido de lhe auxiliar a lembrar o que precisa no momento da prova, trata-se de um estudo com qual tive contato ao estudar livro de autoria do psicólogo cognitivo americano Daniel Schacter, desenvolvido em função de uma pesquisa sobre a eficácia da memória. Nesta pesquisa foi analisado, com o uso de exames de imagens, o funcionamento do cérebro de um grupo de pessoas que tomavam contato com determinadas informações e depois foram submetidas a testes para avaliação memória e evocação.
Com isso, chegou-se a duas importantes constatações. Uma primeira foi de que havia ocorrido uma intensa atuação de uma área do cérebro correspondente ao lobo frontal inferior esquerdo. A segunda foi que houve a realização de atividades cognitivas de natureza associativa (SCHACTER, Daniel. "Os sete pecados da memória". Rio de Janeiro: Rocco, 2003, p. 41).
E como estas constatações podem lhe ajudar a você nos estudos e nas provas de concursos públicos?
Bem, o primeiro aspecto relevante é que a mencionada área do cérebro ativada tem grande importância na atenção e concentração. E isto significa que o nível de concentração quando estamos estudando é determinante para a eficácia da memorização desta mesma informação.
Por isso, concentração é fundamental não apenas para que você consiga captar as informações estudadas e entender o conteúdo, mas também para memorizar de forma eficaz e lembrar no momento da prova.
O segundo aspecto importante tem relação com a ideia que venho chamando de liga cognitiva-associativa. Trata-se do quanto relacionamos as novas informações estudadas com o que já temos intelectualmente apropriado em termos de memórias formadas.
E para explicar este fenômeno existem diversos fundamentos. Um destes envolve a lógica do processo de aprendizagem segundo Jean Piaget, conforme o qual esse se dá pela checagem da nova informação com o que temos (assimilação) e, em seguida, a partir daí, da compreensão do novo (acomodação).
Para esta estratégia de estudo, envolvendo a lógica associativa, você pode adotar trabalhar com dois caminhos. Um relacionando com o sentido lógico do próprio conhecimento estudado e outro adotando técnicas as mnemônicas puras.
No primeiro caso você procura compreender a informação a partir das suas verdadeiras premissa. Por exemplo, ao estudar Direito Constitucional, procura entender que a classificação das constituições quanto à mutabilidade (em rígida, semi-rígida e flexível) decorre do conceito de poder constituinte derivado, o que, portanto, exige a compreensão prévia do conceito de poder constituinte derivado.
Já no segundo caso, do uso de técnicas mnemônicas puras, você por exemplo poderia criar um acrônico, envolvendo como a criação de palavras a partir as iniciais de outras. Tipo, no caso do conceito anterior, "RSF" para memorizar as espécies de constituições quanto à mutabilidade (o que significaria rígida, semi-rígida e flexível).
De qualquer forma, considerando o objetivo do presente texto, o mais importante é que se entenda que a eficácia da apropriação intelectual da informação, ou seja, a formação de memórias de maneira eficaz, de modo a ser evocada nas provas, sofre forte influência do nível de concentração no momento do estudo, bem como da relação entre a nova informação e a que você já tem apropriada.
Bom estudo e sucesso em 2013!
Rogerio Neiva
Rogerio Neiva é juiz do trabalho desde 2002. Além disso, é psicopedagogo e possui pós-graduação em administração financeira. Atua como professor de cursos preparatórios.
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